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Câmara cassa os mandatos de Ramagem e Eduardo Bolsonaro

Sóstenes Cavalcante (PL) diz que cassação dos deputados sem voto em plenário representa esvaziamento da soberania do Parlamento

18/12/2025 às 17:48 • Aline Pessanha

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta feira a cassação dos mandatos dos deputados Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem. A decisão foi tomada de forma administrativa e oficializa a perda de mandato dos dois parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, perdeu o mandato após condenação pelo Supremo Tribunal Federal por participação na trama golpista investigada após as eleições de 2022. Já Eduardo Bolsonaro teve o mandato cassado por ultrapassar o número de faltas permitido pela legislação interna da Câmara.

A decisão provocou reação imediata da oposição. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, afirmou ter sido comunicado diretamente pelo presidente da Casa, Hugo Motta, sobre a deliberação da Mesa: “Às 16h40, recebi ligação do presidente da Câmara, Hugo Motta, comunicando a decisão da Mesa Diretora de cassação, de ofício, dos mandatos dos deputados Eduardo Bolsonaro e Delegado Ramagem. Trata-se de uma decisão grave, que lamentamos profundamente e que representa mais um passo no esvaziamento da soberania do Parlamento”, afirmou.

Segundo Sóstenes, a cassação sem votação em plenário transforma a Mesa Diretora em um instrumento político: “Não se trata de um ato administrativo rotineiro. É uma decisão política que retira do plenário o direito de deliberar e transforma a Mesa em instrumento de validação automática de pressão externa”, declarou.

O parlamentar também afirmou que a decisão afeta diretamente os eleitores dos deputados cassados: “Milhões de brasileiros que confiaram seus votos a Eduardo Bolsonaro e ao Delegado Ramagem ficam hoje sem representação”, disse, ao acusar uma deformação do sistema democrático.

Ao final, Sóstenes afirmou que o partido seguirá reagindo politicamente: “Seguiremos lutando por nossos parlamentares e por brasileiros exilados fora do país, vítimas de perseguição política. Quando o Legislativo aceita tutela, perde autoridade. E quando perde autoridade, a democracia adoece.”

Procurado, o presidente da casa não se manifestou sobre a decisão.

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