Na madrugada deste sábado (16), por volta das 5h30, um acidente na BR-367, entre Araçuaí e Virgem da Lapa, interrompeu de forma brusca a vida de dois jovens conhecidos na região. Alejandro Vieira dos Santos, de 19 anos, e Fernanda Fonseca de Souza seguiam de moto quando colidiram contra um animal bovino que estava solto na pista. O impacto foi fatal, e a morte dos dois foi confirmada ainda no local pelo SAMU, com apoio do Corpo de Bombeiros de Araçuaí.
A notícia se espalhou rápido, trazendo dor e também revolta. Não é de hoje que motoristas e motociclistas reclamam da presença constante de animais nas rodovias. Cada vaca ou cavalo solto na estrada carrega o risco de um acidente grave, e todos sabem que esses animais têm dono. O que falta, segundo muitos, é responsabilização de verdade para quem deixa seus animais circularem sem cuidado ou supervisão.
O caso de Alejandro e Fernanda reacende uma discussão antiga: até quando vidas vão se perder por conta da negligência de alguns? Em várias cidades da região, famílias guardam lembranças amargas de acidentes parecidos. Para quem vive no Vale, essa realidade já não surpreende, mas cada nova tragédia pesa como se fosse um luto coletivo.
Cuidar de um animal não é só dar alimento e água, é também impedir que ele coloque em risco outras vidas. Quando um boi invade uma estrada, não é apenas azar do motorista que cruza o caminho. É responsabilidade direta de quem deveria mantê-lo seguro. Enquanto isso não for levado a sério, a sensação que fica é a de que a vida continua sendo tratada como detalhe diante da rotina.
A perda de dois jovens tão cedo deixa claro o tamanho do problema. Mais do que lamentar, é preciso cobrar mudanças. Porque animais soltos em rodovias não são destino, são escolha — e escolhas podem ser evitadas.

