Cerimônia com o governador Romeu Zema contou também estreitamento de relações entre o país e o Estado mineiro
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), assinou, na manhã desta segunda-feira (08), um acordo de cooperação com o Estado de Israel, adotando a Definição de Antissemitismo da Aliança Internacional de Memória do Holocausto (IHRA).
A prática é definida como “uma determinada percepção dos judeus, que se pode exprimir como ódio em relação aos judeus. Manifestações retóricas e físicas de antissemitismo são orientados contra indivíduos judeus e não judeus e/ou contra os seus bens, contra as instituições comunitárias e as instalações religiosas judaicas”.
Representantes do governo de Minas Gerais também estiveram presentes no evento, como o secretário da Casa Civil do Estado, Marcelo Aro. A cerimônia ainda teve a presença do embaixador israelense, Daniel Zonshine, do Presidente em exercício da Federação Israelita de Minas Gerais, Paulo Dicker, do Cônsul Honorário de Israel para o Estado de Minas Gerais, Silvio Musman, e da Presidente da Câmara de Comércio Minas-Israel, Fernanda Pitchon.
O governador Romeu Zema afirmou ter gratidão ao Estado israelense pela ajuda do exército do país na tragédia de Brumadinho, em 2019. “Minha relação com Israel cresceu mais ainda quando nós tivemos aqui a tragédia de Brumadinho, no meu primeiro mês de governo. Com poucos dias, recebemos aqui uma ajuda do Exército de Israel, que veio com uma série de equipamentos para ajudar o nosso Corpo de Bombeiros. Tivemos um aprendizado muito grande e seremos eternamente gratos à essa ajuda tão prestativa, rápida, importante, que, por mais que fizesse, não conseguiu evitar a perda de 272 vidas. Mas fica aqui o meu reconhecimento”, afirmou.
Para o embaixador de Israel, Daniel Zonshine, a assinatura é um passo importante para combater o antissemisitsmo. “O antissemitismo não começou hoje. É um fenômeno que tem ser preocupação para pessoas do mundo todo. Um fenômeno de discriminação, racismo, discurso de ódio, coisas que afetam a vida de muitas pessoas no mundo – não só judeus. E desde o início da guerra em Israel, há nove meses, vimos um aumento neste fenômeno de antissemitismo. E essa assinatura aqui hoje é uma oportunidade para implementar este tipo de luta. É uma abertura para esta cooperação”, declarou.
Comentários antissemitas
As assinaturas acontecem meses após o governador abrir um processo contra um servidor da educação de Minas Gerais por comentários antissemitas no X – antigo Twitter.
“Judeu sionista no Brasil é pra ser esculachado e morto nas ruas. Ainda chegará esse momento que nenhum de vocês estará vivo aqui no Brasil”, escreveu o analista educacional da Secretaria de Estado de Educação Marcos Roberto de Souza Amaral. Ele teve a publicação, inclusive, apagada por violar os termos e políticas da plataforma.