Treinador entrega o cargo após eliminação do time na semifinal do Campeonato Mineiro; decisão de deixar o posto foi tomada ainda em dezembro, revela o técnico uruguaio
Paulo Pezzolano não é mais o técnico do Cruzeiro. A saída foi anunciada neste domingo à noite, após a eliminação do time na semifinal do Campeonato Mineiro. A Raposa foi superada pelo América nos dois duelos do mata-mata: 2 a 0 na ida e 2 a 1 na volta.
“Eu, sinceramente, não estava 100%. Este clube, gigante como o Cruzeiro, necessita de um treinador que esteja 1000%”, disse o uruguaio, que se emocionou durante o pronunciamento.
Ao fim do jogo, que teve a presença de Ronaldo (sócio majoritário da SAF celeste) em um camarote, dirigentes do Cruzeiro seguiram para o vestiário, onde ficaram por mais de meia hora. Ronaldo não se dirigiu ao local. Ele deixou o estádio ao fim do jogo, sem conceder entrevista. Minutos depois, a saída do treinador uruguaio foi oficializada. Ele tinha vínculo vai até o fim deste ano.
Segundo Pezzolano, a decisão de deixar o Cruzeiro foi tomada ainda em dezembro do ano passado, mas houve um entendimento para a permanência durante o Campeonato Mineiro.
– Não é uma decisão quente. Foi tomada com muita frieza, muito pensada. A decisão já estava tomada desde dezembro com a direção. (…) Decidimos continuar no Campeonato Mineiro para que procurem o melhor treinador, para não colocar um interino. Demos o tempo para que pudessem fazer o caminho que tinham que fazer. Achar o melhor treinador possível para o Cruzeiro.
O treinador usou o perfil no Instagram para postar uma mensagem de despedida aos torcedores, explicando a decisão (veja abaixo). Pezzolano disse que tem recebidos sondagens, mas garantiu que não vai assumir nenhuma equipe brasileira.
– Estão falando que posso ir para outra equipe brasileira. Se me ligam? Sim, me ligam. Me ligam equipes brasileiras, italianas, mexicanas, do Oriente Médio, mas eu e minha família vamos continuar morando aqui em BH, descansando a cabeça. A partir de julho, (vamos) ir para algum lugar, mas se chegar algo antes pode acontecer. Prometo ao torcedor que esse ano não trabalho aqui no Brasil.
“Não trocaria o Cruzeiro por outra equipe no Brasil. O que vivemos no ano passado foi muito intenso, muito lindo. Acho que seria uma falta de respeito com o torcedor. Pode vir qualquer equipe do Brasil que eu não irei.”
Paulo Pezzolano chegou Cruzeiro, em janeiro do ano passado, como um desconhecido. Com trabalhos no Uruguai e no México, o treinador foi uma aposta da diretoria celeste, que se mostrou acertada.
Pezzolano comandou a equipe por 68 jogos. Foram 38 vitórias, 13 empates e 17 derrotas. No ano passado, foi finalista do Campeonato Mineiro, caiu nas oitavas de final da Copa do Brasil e alcançou o principal objetivo do clube, a volta à elite do Brasileiro, com a conquista do título da Série B.
Em 2023, a equipe, reformulada, não encaixou. Foi eliminada neste domingo na semifinal do Campeonato Mineiro pelo América. A torcida tem feito cobranças ao trabalho e até mesmo ao gestor da SAF do Cruzeiro, Ronaldo Fenômeno.
Por Redação do ge — de Belo Horizonte